Então…
Sou daqueles que investem tudo na carreira. E quando digo tudo, estou falando absolutamente T-U-D-O.
Pois bem. Dito isto, é impossível, inimaginável, intangível… Que eu aceite um trabalho para ganhar um salário inferior só porque preciso trabalhar.
Trabalho. Todos os dias. Mais do que muita gente em suas respectivas empresas com carteiras assinadas. Um trabalho físico e mental que cansa mas vale cada segundo. Um trabalho que me deixa exausto no final de cada dia. Mas que vale, sem dúvidas, cada segundo.
O problema é que se você não está nos holofotes, o público não enxerga as horas e horas de entrega por uma piada perfeita, uma coreografia original ou uma acrobacia impressionante. O que interessa é o resultado e se por alguma catástrofe você erra… É julgado sem piedade por todos. É isso aí: a dura vida de um artista.
Quando funciona, todos querem sua amizade, compartilhar seus vídeos ou te assistir no teatro. Quando funciona…
Poucos são aqueles que acreditam e te apóiam quando nada dá certo. Pouquíssimos investem em você. Quase ninguém se importa com sua verdadeira luta. Mas na vitória, você sempre escuta “Eu sempre acreditei em você.”
A vida tem me testado muito desde sempre e o mais incrível é que não mudei meu caráter apenas para ser aceito. Não vendi minha honra para ser como todos os outros.
As “pessoas normais”, cinzas que são, se incomodam quando alguém tem sucesso. Principalmente se este alguém é alguém que estava bem ali, ao lado, falando sobre sonhos ainda ontem.
Vejo que meu discurso inspira tanto quanto causa cobiça. É foda! Você é julgado por fazer bem seu trabalho, viver intensamente, amar loucamente… Todo mundo quer o que você conquistou mas ninguém está disposto a passar pelo que você passou. Se pudesse contabilizar os litros de lágrimas ou às vezes em que doeu tanto, mas tanto que nem pude chorar…
Estou feliz por ser e estar onde estou. Percebo o quanto a vida tem me testado e de verdade, é incrível ter consciência disso. É incrível poder entender que tudo é momento e que estar sereno e bem consigo mesmo é poder entender que tudo, (até a dor), é passageiro.