Janeiro 2012 – Reflexões

E se alguém falasse tudo que pensa sobre você? A verdade. Aquela verdade que você não quer ouvir. Aquilo que você sabe “o que é”, mas odeia “aceitar que seja”. O que você faria?

Nós somos legais. Os bacanas. Não erramos. Somos da sociedade que “deve ser composta por heróis e vencedores”. Se você não faz parte desse grupo, com licença, eu faço. Eu quero ganhar, quero ser o melhor… Quero conseguir “chegar lá”!
Morro de medo de fracassar. Para ser sincero, mesmo com todas as conquistas até o presente momento, muitas vezes sinto que estou nadando no mesmo lugar; que não avanço.
Não penso muito para falar: se amo, amo. Se odeio, odeio. Falo o que estou sentindo.
Já perdi muita coisa. Ja ganhei também. Pra ser sincero, só acho que continuo a ser sincero dessa forma, porque acredito que tenho em minhas mãos a coisa mais preciosa do mundo: a liberdade. Se eu tiver que mandar “à merda” e perder tudo que ganhei durante uma vida, o farei. Prefiro perder. Se fosse para ser meu, ainda estaria comigo. Para alguns conceitos, sou radical.
Tentei mudar isso. Me adaptar ao “mundo corporativo”. Sem sucesso. Mais o tempo passa, mais percebo que fracasso nas relações. Não estou falando de relações amorosas. Essas daí, já abandonei há muito tempo…
Existem pessoas que me amam até hoje porque deixei a “boa impressão”. Quero dizer: tivemos uma noite muito agradável onde busquei o prazer da mulher acima de todas as coisas, e só. Depois parti. Muitas vezes sem nem dar tchau. Só deixando a esperança de que “poderia ter dado certo”. Talvez eu seja mesmo um bom canalha. Ou talvez, só queira sexo sem compromisso, com o maior numero possível de mulheres.
“Estranhamente”, sinto o “universo feminino” contra mim nesse instante. Não peguei “nem resfriado” nos últimos 3 meses.
Sou falador: falo demais. Às vezes só para ter a atenção das pessoas, tento mostrar o quanto sou inteligente e educado. O pior/melhor é saber que sou inteligente e que posso ter tudo que quiser. Ou pelo menos me acho inteligente e penso que posso ter tudo que quiser.
Sou o “rei da razão”: nunca erro. Não diante das pessoas. Nos dias atuais, depois de tudo que passei, depois de todas as noites que dormi na rua e dos dias com fome, sinto-me no direito de pensar que nenhum “filho da puta” irá impor “sua verdade” sobre a “minha verdade”. Meus argumentos são dados com exemplos vividos por mim mesmo. O que pode causar para quem olha, um egocentrismo sem limites.
Radical: excesso de tudo num pequeno espaço de tempo. Sou extremamente intenso. Não gosto de fazer nada pela metade e se for pra fazer mais ou menos, prefiro não fazer.
De uns tempos pra cá, tive que aprender a aceitar algumas coisas que não queria aceitar. Mas não consigo ir até o fim. Quero dizer, é como se “minha natureza” ficasse “martelando em minha cabeça” que algo está errado, que eu devo falar. Que eu não devo/posso me calar. E não me calo. Talvez durante um tempo; depois, explodo. Porque em minha cabeça, quando explodo, penso: “não preciso de ninguém. Só do público. Mas esse aí, não mora comigo e pode continuar pensando que sou um super-herói.”
Antes eu queria muito a atenção de todo mundo quando chegava em um lugar. Hoje, eu quero “só” ser o melhor “daquele lugar”. E não importa que lugar seja esse.
Momentos como o de agora, em que perdi uma grande chance, uma grande oportunidade, me fazem parar para refletir sobre tudo que sou. Por outro lado, enquanto não sinto um “embrulho no estômago”, que me faz sentir náuseas de mim mesmo, “tô cagando e andando pra não fazer montinho”.
Quero ser o Palhaço da cena. Quero arrancar o seu riso. Mas, se tiver que arrancar o seu ódio para me fazer notar, assim, o farei.
Odeio ser chato. Mas, a cada dia, entendo que sempre fui um: por ter todas as respostas, por ter sempre uma opinião formada a respeito, por saber mesmo sem saber, por querer a atenção, por não ouvir ninguém que não me interessa, por querer ser famoso, por defender o que acho ser nobre, por ser um revolucionário anti-sistema….
Talvez eu seja só um ser humano comum. Talvez eu seja o que eu quiser ser: um gênio indomável. Pelo menos agora é assim que me sinto. Adoraria, nesse momento, ser um gênio, respeitado por todos. Mas acho que, do jeito que a “carroça anda”, estou muito longe dos dois. Ou talvez esteja completamente errado e só me fazendo de coitado pra tentar “livrar a minha barra pra mim mesmo”.

Por enquanto é só.

Este texto foi escrito no trem, enquanto saía da Bélgica e voltava para a França. Não tinha perdido nada. Mas estava com a sensação de ter perdido tudo. Na verdade, estava com a sensação de ter perdido uma grande amizade.

2 Comentários Add yours

  1. cristiane diz:

    gostei! vc me fez rir nesse texto…haha e tb gostei do seu numero de fevereiro primeira vez em publico… inedito no mundo…

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  2. Faby Veras diz:

    PERFEITO!!!!!!!!!!!!! Lindo texto merece ser publicado 1000000000000000000000000000x

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